O fósforo (P) é um elemento essencial para as plantas, sendo importante para a formação de ATP (Trifosfato de adenosina), atuando como combustível para a realização de fotossíntese, divisão celular e transporte de assimilados.
A suplementação mineral com esse macronutriente é indispensável para a obtenção de altas produtividades, devido às demandas desse elemento pelas culturas e sua perda de eficiência na maioria dos solos.
O fósforo é considerado um elemento imóvel no solo, e essa característica faz com que se priorize adubações feitas o mais próximo possível das raízes para uma melhor absorção.
Quando a adubação fosfatada é realizada em profundidade, na linha de semeadura, o fósforo se concentra abaixo da semente, o que permite uma distribuição maior no perfil de solo, diferentemente da aplicação a lanço que se concentra na camada superficial do solo limitando o crescimento das raízes.
Entretanto, a adubação no sulco vem sendo substituída pela aplicação a lanço, sem incorporação, com o objetivo de acelerar o processo de semeadura e obter um maior rendimento operacional, devido às curtas janelas de semeadura.
A aplicação de fósforo a lanço gera controvérsia de opiniões. Um estudo de Bergamin et al. (2008), sobre a influência do manejo da fertilização em duas cultivares de soja, aponta que a adubação em sulco de semeadura, apesar de proporcionar um maior número de vagens, não proporcionou uma diferença em produtividade quando comparada ao tratamento a lanço.
Outro ensaio de Nunes (2014) mostrou resultados semelhantes, realizado com cultivos de soja e milho em Latossolo Vermelho muito argiloso com disponibilidade inicial de P muito baixa. Ao final do experimento, apesar de se constatar que houve uma perda em produtividade observada nos dois primeiros cultivos de soja no tratamento a lanço do fertilizante fosfatado, houve uma compensação nos demais anos com soja e milho, gerando uma produtividade de 97,8 t ha-1 e 96,6 t ha-1, para aplicação a lanço na superfície do solo e no sulco de plantio, respectivamente.
De modo geral, a aplicação anual a lanço de fósforo no solo, aumenta a concentração de P na camada superficial com relação as camadas inferiores. Teoricamente, isso limita o acesso da planta ao nutriente, diminuindo produtividade. Contudo, ao longo do tempo, o P que foi aplicado na superfície pode se movimentar para camadas inferiores, não gerando diferenças entre a adubação em linha e a lanço.
Referências:
BERGAMIN, A. C. ; SCHLINDWEIN, J. A.; VENTUROSO, L.R.; VALADÃO JÚNIOR, D. D; CARON, B. O.; SCHMIDT, D.Resposta de duas cultivares de soja à adubação a lanço e em sulco, no município de Rolim de Moura/RO. Revista de Ciências Agrárias (Belém), v. 52, p. 155-166, 2008.
Canal Rural. https://www.canalrural.com.br/projeto-soja-brasil/entenda-as-vantagens-e-desvantagens-da-adubacao-a-lanco/ Acesso em 04 de maio de 2022.
Embrapa. Manejo da Adubação Fosfatada para Culturas Anuais no Cerrado. Circular Técnico. Planaltina, DF Junho, 2016, 9 p.
HANSEL, F. Fertilizantes fosfatados aplicados a lanço e em linha na cultura da soja sob semeadura direta. 213. 74 p. Dissertação (Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo, Área de Concentração em Uso, Manejo e Conservação do Solo e da Água) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2013.
NUNES, R. S. Eficiência de uso do fósforo em sistemas de manejo do solo e adubação fosfatada por um longo período. 2014. 150 f. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
STEWART, J. W. B. & TIESSEN, H. Dynamics of soil organic phosphorus.Biogeochemistry 4: 41-60, Dordrecht, 1987.








