Conheça os impactos e as melhores estratégias de correção na lavoura
Originário de regiões tropicais e subtropicais de baixa pluviosidade e vegetação rala, o algodão já era cultivado na Antiguidade. Entre 4.000 e 2.500 a.C., a história aponta que já existiam fragmentos de tecidos feitos a partir da fibra do algodão. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor e o segundo maior exportador mundial da fibra de algodão (Conab e USDA, 2024), que possui alto valor econômico e social para o país.
Uma cultura exigente
A pluma e a fibra são os principais produtos obtidos a partir do algodão, uma cultura exigente em relação à fertilidade do solo. Ou seja, para atingir boas produtividades e uma fibra de qualidade, é preciso que o algodoeiro seja cultivado sob solos férteis ou devidamente corrigidos e adubados de forma, visando suprir totalmente as necessidades da cultura.
Mesmo sendo absorvido em pequenas quantidades – cerca de 120 mg para cada 1 tonelada de algodão em caroço – a falta de boro (B) é considerada altamente limitante a sua produção, sendo esse o micronutriente que apresenta deficiência com maior frequência.
Quais problemas o algodoeiro enfrenta quando há deficiência de boro (B)?
🚫 Redução do crescimento do meristema apical, causando morte da gema terminal (necrose do ponteiro)
🚫 Encurtamento de internódios
🚫 Espessamento e escurecimento dos tecidos jovens, especialmente nas folhas novas
🚫 Rachaduras nos pecíolos e em tecidos mais jovens
🚫 Folhas deformadas, com clorose internerval e margens encarquilhadas ou quebradiças
🚫 Engrossamento e encurtamento dos ramos em casos severos, deixando a planta com aparência de “roseta”
🚫 Aborto de estruturas reprodutivas: flores e maçãs jovens podem cair antes de se desenvolverem completamente
🚫 Má formação dos capulhos
🚫 Fibras mal-formadas ou com má qualidade
Então, o que fazer para suprir a necessidade de boro (B) no algodoeiro?
Para suprir a demanda e reduzir os impactos da deficiência de boro (B), o micronutriente pode ser aplicado entre 0,15 e 1,25 kg/ha de diferentes formas, tais como: embarcado no fertilizante mineral ou via aplicação foliar (isolado ou em calda de pulverização com outros produtos).
O fornecimento de boro (B) é imprescindível para o desenvolvimento, reprodução e maturação do algodoeiro, devido à sua atuação em funções essenciais, como:
✅ Germinação dos grãos de pólen e crescimento do tubo polínico (influenciando diretamente o pegamento das flores);
✅ Metabolismo e transporte de carboidratos;
✅ Formação da parede celular e divisão celular.
Plantas cultivadas em áreas com teores adequados de boro (B) apresentam maior produtividade, melhor qualidade de fibra, maior viabilidade dos grãos de pólen e menor estresse oxidativo.
Por ser um nutriente com baixa mobilidade na planta, o fornecimento de boro (B) via solo é essencial para garantir sua absorção pelas raízes e distribuição sistêmica. No entanto, devido à sua limitada redistribuição interna, aplicações foliares em fases críticas do ciclo do algodoeiro são recomendadas como estratégia complementar, para assegurar o suprimento adequado em órgãos em desenvolvimento.
Uma coisa é certa: o manejo nutricional eficiente é indispensável para alcançar o máximo potencial produtivo do algodoeiro. Nesse contexto, o boro (B) desempenha papel estratégico, e sua aplicação bem planejada e precisa contribui diretamente para o sucesso da cotonicultura.
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