Qual a influência da adubação na cultura do tomate? - Cibra Fertilizantes

Qual a influência da adubação na cultura do tomate?

Entenda a importância da adubação no tomate para processamento e de que forma é possível desenvolver uma colheita de qualidade, saudável e produtiva!

Entre os produtos mais consumidos do mundo está o tomate, alimento que possui poucas calorias e muitos nutrientes, rico em licopeno, vitaminas A, B, C, K e minerais como fósforo, potássio, cálcio, magnésio e ferro.

Seja in natura ou processado, o consumo de tomate aumentou de forma progressiva nas últimas décadas, e a tendência é que continue crescendo. A cadeia agroindustrial do tomate para processamento ganhou expressão econômica no Brasil a partir da década de 70 – quando foram instaladas as primeiras unidades processadoras de extrato – e vem se mantendo eficiente e competitiva ao longo do tempo.

A qualidade da cultura do tomate na indústria brasileira:

A tomaticultura industrial brasileira concentra-se no estado de Goiás, responsável por 80% da produção brasileira e com uma produtividade média de 85 t.ha-1. Entretanto, está aquém do real potencial produtivo mundial, que chega a 120 t.ha-1.

A sustentabilidade econômica das indústrias de processamento depende da qualidade da matéria-prima. As condições de desenvolvimento da cultura podem influenciar de forma marcante a taxa de crescimento, frutificação, produção e qualidade dos frutos.

Os atributos de qualidade da matéria-prima são determinados por diversos fatores que exercem grande influência na fabricação dos diferentes produtos à base de tomate. Entre os fatores de produção que mais influenciam na produtividade e na qualidade do tomate está a adubação.

No Brasil, os dois principais derivados do tomate são o extrato concentrado e os molhos prontos obtidos do tomate cubeteado ou triturado. Cada um desses produtos exige atributos diferenciados, em termos de teor de sólidos solúveis (grau Brix), viscosidade, sabor, acidez, cor, espessura do pericarpo e de facilidade de remoção da pele dos frutos. A qualidade da matéria-prima determina a qualidade do produto final. O teor total de sólidos solúveis (SST) dos frutos é uma das principais características, pois está ligada diretamente ao rendimento industrial. E mais: o elevado teor de SST proporciona menor gasto de energia no processo de concentração da polpa.

Qual a influência da adubação na cultura do tomate

Em termos práticos, o aumento de apenas um grau Brix na matéria-prima representa um incremento de 20% no rendimento da produção de polpa concentrada. A adubação, sobretudo a nitrogenada, influencia no teor de sólidos solúveis. A acidez da polpa afeta o sabor e interfere no período de aquecimento necessário para a esterilização dos produtos. Frutos com pH acima de 4,5 e teor de ácido cítrico abaixo de 0,35 g/100 g de massa fresca requerem aumento da temperatura para esterilização e do tempo de processamento.

A acidez total titulável mede a quantidade de ácidos orgânicos (acidez total) e indica a adstringência do fruto. Como o pH, a acidez total influencia o sabor. Frutos de tomate com aptidão industrial devem apresentar epicarpo e pericarpo com coloração vermelha intensa, com o intuito de evitar a utilização de corantes durante o processamento. Também devem apresentar firmeza satisfatória visando à redução de perdas na colheita e transporte respectivamente e, ao mesmo tempo, produzir derivados com melhor tonalidade.

Como combater o surgimento de doenças na cultura do tomateiro?

No entanto, apesar dos cuidados dos produtores rurais, vêm surgindo várias doenças na cultura do tomateiro brasileiro. A ocorrência de problemas fitossanitários, por exemplo, tem encurtado a vida útil dos novos plantios, reduzindo a produtividade da cultura, além de depreciarem a qualidade do fruto, o seu valor comercial e ainda aumentarem o custo de produção.

A resistência das plantas pode ser caracterizada como a capacidade que as plantas hospedeiras demonstram em resistir, suprimir ou retardar os ataques dos organismos patogênicos. Dessa forma, com a finalidade de complementar os métodos de controle de doenças, a nutrição mineral de plantas pode ser um método considerável quando bem manipulada, que pode resultar em coeficientes positivos de controle.

Os nutrientes minerais podem aumentar ou diminuir a resistência das plantas às pragas e às doenças devido ao seu efeito no padrão de crescimento, na morfologia, na anatomia e, particularmente, na composição química da planta. De acordo com especialistas, ainda existe pouca informação sobre o efeito do estado nutricional da planta nos mecanismos de defesa contra bactérias e vírus. No entanto, há claras evidências da ação contra doenças causadas por fungos e contra o ataque por pragas.

No caso de doenças fúngicas nas superfícies de raízes e folhas, a proteção através da nutrição mineral balanceada seria resultado de uma eficiente barreira física. Todos os aspectos fisiológicos da resistência estão intimamente relacionados com o balanço nutricional das plantas e refletem tanto uma modificação no ambiente nutricional do patógeno como a produção e acúmulo de compostos inibidores da patogênese na planta.

Os nutrientes utilizados nas plantas mantêm a produção, qualidade e o valor estético dos produtos. Por outro lado, os patógenos, que são uma das principais causas na perda da produção e qualidade comercial dos vegetais, podem, em alguns casos, ter suas atividades reduzidas na presença de nutrientes essenciais ao crescimento e ao desenvolvimento da planta, além de poder influenciar direta ou indiretamente na infecção e na taxa de reprodução dos patógenos.

Aumento da qualidade e produção de alimentos através de fertilizantes:

Sabendo-se que a procura por alimento de boa qualidade é crescente ao longo dos anos, agricultores e agroindústrias processadoras de tomate vêm se preocupando em aumentar a produtividade e a qualidade dos frutos, com menor custo operacional e impacto ambiental para novos cultivos e manejo cultural – o que exige reavaliar o manejo da adubação nitrogenada e potássica para o tomateiro constantemente.

De modo geral, os agricultores têm tendência a aplicar doses de fertilizantes maiores que as recomendadas para a cultura, por deduzirem que a aplicação de doses menores do que as praticadas por eles implicaria em sub adubação e consequente risco de perda de produtividade. Porém, assim como na aplicação de doses baixas de Nitrogênio e de Potássio, a aplicação de doses excessivas também pode ser prejudicial e ocasionar tanto perda de produtividade como má qualidade dos frutos.

Com aplicação de altas doses de Nitrogênio no tomateiro, a firmeza do fruto diminui, a proporção de frutos verdes aumenta, a produtividade total e comercial de frutos reduz, a maturação dos frutos atrasa, o tamanho do fruto é menor e o teor de vitamina C diminui. Na aplicação de doses mais altas de Potássio, não há aumento na produtividade comercial e total, e no teor de vitamina C, pH e sólidos solúveis, há atraso na frutificação e maturação dos frutos e não há incremento de licopeno e pH (Liu et al., 2011). Além disso, como os fertilizantes nitrogenados têm maior custo e considerável impacto ambiental, quando não manejados adequadamente, reduzem o retorno econômico e aumentam o risco de poluir o meio ambiente.

O Nitrogênio tem efeito no crescimento, no desenvolvimento e, consequentemente, na formação do potencial vegetativo das plantas, condição fisiologicamente requerida para cumprir o seu máximo potencial produtivo. Por outro lado, o Potássio, um nutriente requerido em maior quantidade pelo tomateiro, é considerado como o nutriente chave para incrementar a qualidade dos frutos.

A produção de folhas pode ser aumentada e prolongada pela adubação nitrogenada. A maior área foliar proporciona maior atividade fotossintética e assimilação de nutrientes, que repercutem positivamente na maior produção de massa seca de parte aérea e produtividade dos frutos.

O uso de Nitrogênio e Potássio no cultivo de tomates:

Plantas bem supridas em Nitrogênio e Potássio produzem maior área foliar e podem propiciar maior pegamento de frutos. Isso pode levar ao prolongamento do ciclo e maior proporção de frutos verdes na colheita. Respostas positivas às doses de Nitrogênio e de Potássio para a produtividade de frutos vermelhos – que é mais interessante para a indústria – estão associadas às plantas que apresentam maior área foliar e massa seca de parte aérea.

Os maiores rendimentos de polpa estão relacionados com a obtenção das maiores produtividades de frutos vermelhos e de teores de sólidos solúveis, que são obtidos com a aplicação de maiores doses de Nitrogênio e de Potássio. Para rendimento de polpa há correlação fenotípica e genotípica positiva com a produtividade total de frutos, produtividade de frutos vermelhos e teor de sólidos solúveis.

O aumento de sólidos solúveis nos frutos em resposta ao fornecimento de Potássio está relacionado com a participação do nutriente na fotossíntese e transporte dos fotoassimilados para os frutos.

A firmeza do fruto é importante para evitar danos físicos durante a colheita, transporte e armazenamento dos frutos para a indústria. O aumento da firmeza dos frutos é favorecido pela adubação de Nitrogênio sem aplicação de Potássio. O Nitrogênio aumenta o teor de água no protoplasma. Frutos com maior firmeza ficam menos susceptíveis às deformações e ao rompimento da epiderme, evitando extravasamento do suco celular, ocorrência de fermentação e deterioração.

Altas doses de fertilizantes nitrogenados, com o aumento da concentração de nitrato nos órgãos dos vegetais, resultariam na diminuição simultânea do teor da vitamina C. O Potássio é considerado elemento essencial para o metabolismo dos carboidratos e da fotossíntese, o que contribui para o aumento do teor de açúcares nos órgãos drenos, como os frutos, e maiores teores de vitamina C, elevando a qualidade do produto.

A Cibra possui fertilizantes altamente recomendados para o cultivo do tomate. Para descobrir quais eles são e saber mais sobre esse importante produto agrícola, acesse nossa página especial sobre o Tomate.

Referências:

BRITO, L.; CASTRO, S. D. 2010. Expansão da produção de tomate industrial no Brasil e em Goiás. Disponível em: < www.seplan.go.gov.br/sepin/pub/conj/conj16/>

COIMBRA, K.G. Desempenho agronômico e caracterização físico-química de tomateiro industrial cultivado com adubação organomineral e química. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília – Brasília, 2014.

COSTA, L. C. Produtividade do tomateiro de indústria e qualidade dos frutos em função de nitrogênio e potássio. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Jaboticabal, 2018.

FELEAFEL, M.N. (2005) Response of grwoth, yield and quality of eggplant to varying nitrogen rates and their application systems. Journal of Agriculture and Environmental Sciences.4:122-136.

FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura – Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3ª edição revista e ampliada. Viçosa, MG. UFV. 2008.

FONTES, R.R. (2000) Solo e nutrição de planta. In: Silva JBC, Giordano LB. Tomate para processamento industrial. Brasília: Embrapa Hortaliças, p. 22-35.

GIORDANO, L. B.; SILVA, J. B. C; BARBOSA, V. Tomate para processamento industrial. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia/ Embrapa Hortaliças, 168p., 2000. 

LIU, K.; ZHANG, T.Q.; TAN, C.S., ASTATKIE, T. (2011) Responses of fruit yield and quality of processing tomato to drip-irrigation and fertilizers phosphorus and potassium. Agronomy Journal103:1339-1345.

LOPES, C. A.; SANTOS, J. R. M.; AVILA, A. C.; CHARCHAR, J. M.; QUEZADO-DUVAL, A. M. Doenças: Identificação e Controle. In: SILVA, J. B. C.; GIORDANO, L. B. Tomate para processamento industrial. Brasília-DF: Embrapa Hortaliças, P. 88-111. 2000.

LUCENA, R.R.M.; NEGREIROS, M.Z.; MEDEIROS, J.F.; BATISTA, T.M.V.; BESSA, A.T.M.; LOPES, W.A.R. (2013) Acúmulo de massa seca e nutrientes pelo tomateiro ‘SM-16’ cultivado em solo com diferentes coberturas. Horticultura Brasileira 31:401-409.

LUNA, A.M.; GARCÍA, E. R.; SERVÍN, J. L. C.; HERRERA, A.L.; ARELLANO, J.S. (2014) Evaluation of different concentrations of nitrogen for tomato seedling production (Lycopersicon esculentum Mill.). Universal Journal of Agricultural Research.2:305-312.

MARSCHNER, H. Mineral Nutrition of Higher Plants. 2ed. San Diego: Academic Press, 1995. 889 p.

MELO, P. C. T. Panorama da agroindústria do tomate no mundo. In: VI Congresso Brasileiro de Tomate Industrial. Goiânia, GO, 2012.

MELO, P. C. T. Tomaticultura industrial no cerrado: 25 anos de história e uma visão futura. In: V Congresso Brasileiro de Tomate Industrial. Goiânia, GO, 2011.

SAN-MARTÍN, H.C.; TREJO-TÉLLEZ, L.I.; GÓMEZ-MERINO, F.C.; VOLKER-HALLER, V.H.; ESCALANTE-ESTRADA, J.A.; SÁNCHEZ-GARCÍA, P.; SAUCEDO-VELOZ, C. (2016) Nitrogen and potassium nutrition differentially affect tomato biomass and growth. Interciencia41:60-66.

SOARES, B.B.; RANGEL, R. (2012) Aspectos industriais da cultura. In: Clemente FMVT, Boiteux LS. Produção de tomate para processamento industrial. Brasília: Embrapa Hortaliças, p. 331-344.

YAMADA, T. Resistência de plantas as pragas e doenças: pode ser afetada pelo manejo da cultura? Potafós: Informações Agronômicas, n. 108, 2004.

Fechar
Podemos te ajudar?

Escolha uma das opções:

Fale com a Cibele Acessar a CibraStore Solicitar Cotação Formulário de Contato Receba nossa Newsletter
Can we help you?

Choose one of the options:

Chat to Cibele Access CibraStore Contact Form Subscribe to our Newsletter