Apesar dos inúmeros desafios enfrentados em 2022, o agronegócio brasileiro teve mais um ótimo ano em todas as frentes – e com as exportações não poderia ser diferente. Somando USD 159,09 bilhões de receita ao longo do ano, as exportações fecharam com alta de 32% em relação a 2021, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Impulsionado pela alta geral dos preços das commodities, os grãos acompanharam a tendência chegando a patamares elevados, contribuindo para um recorde de mais de USD 70 bilhões em receita com a exportação de soja, milho e cereais. Ainda de acordo com o MAPA, o índice de preços das exportações do agro subiu 22,1% em 2022.
Soja, milho e trigo
Apesar de um recuo em volume nos embarques – na comparação com o recorde de 2021 – o faturamento com exportações de soja somou USD 46,7 bilhões em 2022, versus USD 38,6 bilhões do ano anterior, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Considerando o complexo soja, o valor ultrapassou os USD 60 bilhões (MAPA).
Já a exportação de milho atingiu um novo recorde também em volume, com embarques de mais de 43 milhões de toneladas segundo a ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), gerando receitas de USD 12,3 bilhões, quase o triplo do verificado em 2021, quando os totais exportados tinham sido prejudicados pela seca.
Um fator interessante a se observar é a sazonalidade das embarcações, que em 2021 tiveram maior concentração entre março e junho, enquanto em 2022 tiveram alto volume durante quase todo o ano, mas registraram recorde em janeiro e fevereiro, um período tipicamente de baixos volumes exportados. A tendência é que essa “antecipação” se repita em 2023, com a ANEC projetando a exportação de 5 milhões de toneladas de milho ainda em janeiro. Esse volume sozinho seria um novo recorde para o período, sendo mais de 50% superior a todo o volume de grãos exportados no mesmo mês de 2022.
O trigo foi outro produto de bastante destaque nas exportações do agro brasileiro. O produto brasileiro foi mais demandado como resultado do conflito entre Rússia e Ucrânia – dois importantes fornecedores mundiais do cereal – fechando 2022 com 3,2 milhões de toneladas exportadas, quase o triplo de embarcações comparadas a 2021.
Destinos da exportação brasileira em 2022
Já em relação aos principais destinos dos produtos, o Brasil teve a retomada de importantes parceiros comerciais como o Irã, que recuperou o posto de principal comprador do milho, posição que havia perdido por pouco em 2021 para o Egito.
O país do Oriente Médio, tradicional comprador do cereal brasileiro, praticamente dobrou as importações do grão nacional em 2022, com 6,58 milhões de toneladas. Além disso, a China que já atuava como principal importadora da soja brasileira embarcou mais de 1,1 milhão de toneladas do nosso milho.
Por outro lado, se a China fechou ampliando as compras de milho, no caso da soja os embarques aos chineses foram menores em 2022, após uma quebra de safra e turbulências nos preços e na logística. Além disso, um consumo de ração mais fraco também afetou a demanda chinesa, segundo avaliação do Rabobank.
As exportações totais de soja do Brasil somaram 78,9 milhões de toneladas em 2022, queda de 8,36% na comparação com 2021, enquanto os embarques da oleaginosa brasileira aos chineses recuaram 11,19% na mesma comparação, para 53,7 milhões de toneladas.
A China, no entanto, continuou como o maior importador de soja do Brasil com folga em 2022, abocanhando fatia de 68% do total exportado, versus 70% em 2021.
Quer saber mais sobre o mercado agro e o mundo dos fertilizantes? Continue acompanhando o Blog da Cibra. Leia mais artigos clicando aqui
